domingo, 11 de julho de 2010
cartas não enviadas
- Eu poderia te ouvir falar o dia todo.
Ouviria você cantar as músicas que você ama (e que eu odeio) e também ouviria você falar de política, sociedade, matemática, cinema, arte, hipocrisia, culinária, nazismo, ou até filosofias sem sentido, e concordaria com tudo, já que estaria mais atento em como seus olhos brilham ou em como seus dentes batem enquanto você fala.
Te encheria muito o saco pois repetiria mil vezes que estou loucamente feliz por estar com você, e que não precisamos de mais ninguém além de nós e nossas mãos dadas. Eu ouviria sua voz e diria que é meu som preferido, e diria que seu sorriso é a melhor coisa que eu já vi. Poderia até tirar uma foto dele, e dizer que foi a melhor que eu já tirei.
Estar com você seria meu hobbie preferido, e isso se tornaria minha rotina, pois eu iria querer estar com você a cada segundo.
- São tantas possibilidades. E todas elas são improváveis.
E mesmo diante de todas elas, você diz que tanto faz, e não faz nem questão de saber disso. Sei que seria capaz de te dar mundos e colocaria constelações, galáxias e universos em potes de vidro, como presente. Pararia guerras pra te ver feliz, e até iniciaria uma, caso o objetivo final fosse esse.
Mas não. Você nunca nem vai saber disso, pois não sabe escutar. Você não é como eu, não perderia seu tempo com alguém que daria todo o que tem por você.
Devem ser possibilidades demais para você, ou talvez não sejam suficientes. Talvez você seja diferente de mim, talvez você tenha algo a perder com isso. Enquanto eu não tenho nada e aposto tudo que não tenho em algo que não me é certo.
- Eu só queria poder responder à pergunta "O que você mais quer na vida?" com "Eu não quero. Eu já tenho."
/ Eu não escrevo histórias bonitas porque nunca pude vivê-las.
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