segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Cookies. #2
[Audrey e Ryan; Cafeteria Cookies; 09/05/2009 ; 14:25h] .
' Joguei tudo fora. Apaguei números. Deletei as fotos. Matei as lembranças. Esqueci você.
- Ryyyyy! Você por aqui !
- Nossa! Como assim! Aud! Você por aqui, digo eu! Tudo bem?
- Pois é, resolvi voltar, um pouquinho. Tô bem, tirando o fato que essa vida agitada não me deixa tempo pra visitar meu Coffeebar preferido quando eu quero, e sim só quando dá.
- Haha, imagino. Eu adoro aqui também. Mas, poxa,esses dias vi fotos suas num site por aí, tava lembrando de você. Sua vida mudou bastante, não?
- É, a vida ficou corrida e agitada. Sempre sozinha, sem rumo decidido por mim. Acredite, não é boa, se você busca ter uma vida pessoal além da que te fazem ter.
- Imagino. E como vai o...
- Ah... Não falo com ele há... faz muito tempo.
- Ah, entendi...
- Mas, não que eu esteja contando... Deve fazer uns dois ou três meses, tsc.
- Haha, sim, eu sei.
- Mas e você, como anda ?
- O de sempre. Só um pouco mais... sozinho e inútil.
- Ah, poxa. E a... Lívia ?
- Laura. Não falo com ela faz... bastante tempo.
- Poxa. O mundo gira, como dizem.
- Sim, ter encontrado você, escondida num canto de um lugar simples desse depois de... um ano... é a prova mais explícita disso.
- Eu gosto daqui. O Cookies sempre me atraiu, me apaixonei logo pelo nome de primeira.
- É, o nome é lindo mesmo. Eles tem o melhor chá de maçã, e o melhor brownie também.
- Sim, esse brownie me faz querer voltar aqui todo santo dia.
- Garçom, um chá de maçã com canela, por favor.
- Lembro de você pedindo isso quando vínhamos todos aqui.
- Sim, desde sempre meu preferido.
- Isso me traz memórias. Mas ao invés de café, era chá.
(...)
- Sente falta dele ?
- Não. Sinto falta do expresso com maçã e canela, só isso.
- Hm. Já bebeu Applemix ?
- Meu deus, nem imagino como deve ser isso...
- Sério, é bom demais.
(...)
- Mas... Ok, vamos lá. Enche meu copo, isso é muito bom, meu Deus! Nem percebi nada, mesmo com esse cheiro diferente, HAHAHA .
- HAHAHA ah, não quis estragar a surpresa. Desabafa, vamos lá...
- Ah, é que era bem complicado. Eu queria que ele fosse diferente. Eu não precisava que ele me compôsse canções, o som da voz dele era minha música. Mas, sempre era demais, e em consequência disso, tudo que eu fazia em resposta era simples ou pouco demais.
- Exigia demais de você. Mas de certa ele não sabia que o que era pouco vindo de você era tanto pra ele a ponto de ser injustiça dar a ele tanto assim.
- Eu amava ele. Mas você sabe, sabia do jeito que ele via as coisas.
- Depois de ver você no outdoor da avenida principal ele ficou louco, queria te encontrar de qualquer jeito.
- É porque finalmente eu poderia dar o suficiente de mim comparado à tudo que ele dava de si... Sabe, era... superior a ele, pelo ponto de vista dele. Mas, percebi que ele era pouco, e um pouco bem pouco mesmo. Percebi que posso conseguir coisas melhores, e viriam outros dando muito mais de si. Apesar de nunca ser igual.
- Ah, por favor, ele não era nada assim perfeito. Não dava pra aguentar ele às vezes.
- É... Mas eu também não sou, e eu acho que era isso que nos fazia ser perfeitos um para o outro.
- Mas então você foi se contentando com os imperfeitos até ter certeza que não precisava mais de perfeição, correto ?
- Exatamente. A gente sempre busca o centro do alvo, o fim do arco-íris. Mas nem todos se contentam com o pote de ouro, ou acham que não precisam de tanto assim.
- Sim. Também penso assim. ...
- Você sempre me ouvia, sempre me aconselhava. Não perdeu o hábito.
- Senti sua falta Aud.
- Ahm...
- Ah, da sua amizade, presença... Digo, não só da sua amizade, mas, é estranho vir toda sexta à noite e não ver você com ele...
- Hm, eu entendi, mas ignoro essa sua desculpa, ok?
- É que...
- Também senti. É, obrigada.
- Vou enxer seu copo .
- Não, meu deus, estou zonza já. Ah não, tenho que ir.
- Onde você vai ?
- Vou indo, hm... Tenho um ensaio daqui 15 minutos.
- Ah, você não costumava ser assim, haha.
- Como assim ?
- Bem, que eu me lembre, você gostava de festas, de sair sem rumo e sem hora pra voltar.
- Costumava... É.
- Foi bom te ver Audrey. Sinto falta das noites de xadrez, eu, você, o Pedro e Laura.
- Bons tempos. Foi bom te ver também, Ryan. Bem, te vejo por aí.
- Vou estar sempre aqui.
(...)
- ... Estou atrasada.
- Leve seu chá...
- Não dá, tchau! Até mais!
- Mas...
'Saí correndo, entrei no táxi. Não gosto quando essas lembranças vêm a tona. São sempre tempestades, que destroem tudo que eu já havia organizado durante esse tempo sozinha. Logo fui percebendo que não havia como me livrar desse passado tão simplesmente. Sempre fui simples, mas nunca soube agir simples. Me acostumei a sempre tentar dar demais de mim, muitas vezes mais do que possível. E isso eu aprendi a fazer há exatamente 1 ano atrás... Mas... Te perdendo eu cresci tanto, tanto, tanto, que eu não sei se quero mais te encontrar.
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gostei tanto do seu post,tão natural!
ResponderExcluirSiii.. curti o post...
ResponderExcluirtão natural!²