segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sem script.


- Nessa história eu faço papel de personagem principal, roteirista, figurinista, diretor e até de figurante. Eu só não sei quem sou, o que eu deveria ser ou interpretar. Sem fins lucrativos. É mais uma pesquisa individual do que algo pra ser apresentado em público. É uma dúvida, maisomenos exposta. A faixa etária é diversificada, sendo que eu próprio envelheço involuntariamente. Mas a categoria é livre. Dependendo do momento. É um romance que se desvia para o drama, aventura, e ficção-científica. É um filme tão alternativo e tão cult que só eu entendo. Só eu faço tudo e nada. E se houver de me vaiarem ou me elogiarem, de nada vai valer, pois ninguém entendeu a moral da história, não soube quando começou ou se já era hora de aplaudir.
E é nesse exato capítulo atual, cena, momento ou fase em que eu tenho sido muito perseguido por acasos e insônias, que eu mais queria dizer que é um pré-clímax-principal, porque eu não aguento mais ter de esperar pra que as coisas se resolvam por si. Eu tenho tanta coisa pra fazer, pra correr atrás, pra viver e aprender, que eu precisaria de mais algumas horas em cada dia. Mas de que adiantaria se cada hora não tem duração equivalente às outras, se uma hora por vezes é um dia e um dia por vezes é uma hora?
Cansei dessa estranheza, dessas coisas que não são sólidas e muito menos presentes, de procurar uma música que encaixe de fundo na vida pra aliviar cada momento. Cansei dessa iluminação rica e bem feita, mas que não me contenta. Quando eu preciso da luz ela já está fraca. E quando eu menos preciso ela ainda brilha nos olhos. Cansei desse seu amor, desse amor que nem existe, que se fosse sólido seria translúcido, e não maciço, que se fosse real, seria dó, e não correspondência.

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