sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sobre o Amor .


- Creio não existir algo na vida mais ridículo que o tal . Ele define-se como metáfora, pode ser isso e aquilo ao mesmo tempo. Causa alegria e dor ao mesmo tempo, ilude e dá esperança a quem possui.Tem seus variados tipos, a versão mais fútil, que dura pouco tempo, pode ser facilmente encontrada em lojas de departamento,agências de viagens,lojas de roupas e sapatos,ou em supermercados.E sua versão mais atual pode ser facilmente comprada com algumas notas de 100, ou 50, ou 1 . Ao mesmo tempo em que te dá vontade de ficar, também te dá saudade . Você lê um livro de início, pra chegar no final,e no meio dele você deseja poder voltar ao começo, já que logo o final chega, e você se desinteressa por ele .
Amor é uma mistura de felicidade e dor, uma quimera malcriada que lança enigmas o tempo todo . É cego, desde que se possa enxergar alguém rico, ou com dois perfis lotados,ou com o cabelo mais lindo do mundo. Mas é cego, até o momento em que você procura apenas comer bolachas para lamber o recheio, e jogar o biscoito fora. A partir do momento em que você compra um livro só porque a capa é bonita, sua cegueira está curada. Sexo é o estado animal e pré-histórico do amor. É o amor expresso fisicamente. Mas dizem que o fogo mais ardente é aquele que é ateado sem poder se ver. E isso torna o sexo, apenas uma forma desfigurada do amor. O amor platônico,o amor não correspondido, e o amor material são apenas coisas que as pessoas criam para definir algo que nem elas sabem que sentem, ou não. Platônico é apenas uma forma de dizer que você ama alguém, mas não tem coragem de dizer, enfrentar toda a distância, as barreiras, seguranças, ou todas as pessoas do mundo, só por causa de uma pessoa, que ficaria deslumbrada, mas nem ao menos se importaria com isso,ou sim . O amor não correspondido é apenas uma doce forma de se referir à ilusão, pois não há um motivo, nem óbvio, nem ao menos egoísta, de amar alguém que nem ao menos corresponde isso à você. Mas as pessoas fazem isso para criar a esperança de que ela não é a única a sentir tal coisa,ela sempre espera que alguém a ame baixinho também, pra ela nunca corresponder, da mesma forma que não à fazem. Já o amor material, é uma simples atração por coisas que se movem ou não, com corpos bonitos ou diamantes em volta, que tem o poder de satisfazer você, mas sempre por um tempo limitado. Mas nenhuma dessas formas não levam o 'amor' em seus nomes. E isso é, extremamente ridículo. De tão egoísta,rude e individualista, o amor persegue cada palavra, cada canto, cada fase de sua vida. E se você chegou até ele, não é culpa dele. Ele não tem culpa de ser bonito, cheirar bem, parecer tão excitante. A culpa é sua, de se render à tal tentação.
Ninguém diz que amor é bom. Mas todos dizem que é necessário. Cabe a cada um de nós ler cada capítulo desse livro duas ou três vezes antes de querer chegar ao próximo. Ler o epílogo, o prefácio, até o sumário, se preciso, antes de seguir em frente, para que cada fase dele seja bem aproveitada, com olhos de cego e compreendimento de um sábio.
Ninguém pode definir amor. Nem com todas essas palavras, nem com uma dupla seguida de 1024 caracteres, ou, nem com uma biblía de ensinamentos, ou uma bibliografia de vida. O amor vai sempre ser o amanhã, o desconhecido, o passado que ronda sua cabeça, querendo voltar; o final do livro, enquanto você ainda está no clímax apenas. Vai estar sempre, com aquele alguém, que você sabe que nem em um milhão de anos, você vai estar do lado. Ou talvez esse alguém esteja apenas segurando uma plaquinha escrita Não há amor aqui e te dê um mapa, mostrando aonde ele está. Um mapa pra você se perder, e sempre achar as pessoas erradas. Um jogo, pra você perder durante a vida toda,e aprender a jogar cada vez melhor, pra que um dia , ou não, você vença, e ganhe um prêmio . O prêmio de saber aonde o amor de verdade está. Ou, aprender que você nunca vai achar alguém com amor, e ficar sozinho pra sempre.
O amor, é o ridículo, o desconhecido, o interessante da vida. É um livro de capa surrada, aonde as últimas páginas, estão em branco. Cabe a você decidir quando vai começar a escrever o final de sua história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário